Tão putinha, mas tão putinha
Que a praça parava de pombos
Não havia nada mais
Não ventava, não chovia,
Nem sorria
Uma tarde como tantas esquinas
Dobradas, cinzas, sem vida
Mas com aquela carinha...
Eu me desdobrava, eu me embranquecia
Eu vivia, como eu viveria
Enfrentaria o ar que na minha cara
Aquela hora ardia
Ela era tudo que eu queria pensar,
Estar e agradar, e correr atrás
Daria a vida de Jesus por Barrabás
Outro ladrão que se me apresentar
E cantar, e dizer, como digo agora,
Tudo que jamais
Diria, nem sob efeito daquela
Que se me alivia, me joga
Essa droga
Sobre a mesa, e outras que tais
Agora, por favor,
Que eu já disse tudo que você queria
Não judia... não judia...
Eu fiz tudo que podia
Quer ou não quer ser a minha
Sem-vergonhinha?
Dá uma ajudinha
Faz o que quiser
Mas este filho da puta
É também de santa Maria
Então, por favor, não judia...
...
terça-feira, 30 de junho de 2009
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