domingo, 18 de dezembro de 2011

Gruvox. Mais um videoclipe

Clipe novo na área. Direção do Cesar Felipe Pereira. Parabéns, Felipe!


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Bennet na Assembleia. Genial!

Clique na imagem para ampliar.



Ver melhor mesmo, clique aqui.


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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sintomas

Paulo Leminski

- DOUTOR, ESTOU SENTINDO UMA RIMA TERRÍVEL.

- Onde é que dói?

- Às vezes, é bem aqui no peito. Às vezes, é uma pontada, aqui na cabeça.

- O que é que o senhor faz, quando dói muito?

- Quando eu não agüento mais, eu faço um poema.

- Um o quê?

- Um poema. É um espécie de mancha que dá bem no meio da página. Tem umas apavorantes. Mas também tem manchas lindas.

- E desde quando lhe acontecem esses poemas?

- Desde sempre. Desde quando, antes do ventre da minha mãe, eu fui pensado em alguma galáxia distante, por um planeta boiando na luz de um sol azul-amarelo-vermelho-verde-prata...

- Deixe-me ver sua língua.

- O senhor não leve a mal, mas é uma língua apenas portuguesa. Pouca gente no mundo já viu uma língua como essa.

- É, está feia sua língua. Mas não se incomode, que língua portuguesa ninguém presta atenção.

- Não é só a língua, doutor. Às vezes, tenho visões.

- Visões?

- É, vejo círculos, quadrados, triângulos inscritos em hexágonos, e linhas, linhas, linhas...

- O senhor conhece matemática?

- Só de nome.

- É, é mais grave do que eu pensava.

- Vou morrer?

- Um dia vai. Mas antes vais ser pior. O senhor pode ficar famoso.

- Pra sempre?

- Não, quando é para sempre a gente chama glória. A fama passa.

- Ainda bem.

- Mas incomoda muito. Não tem horas em que o senhor sente que tem um estádio inteiro lhe aplaudindo de pé?

- Onde, doutor?

- Dentro da sua cabeça, é claro. Onde mais?

- Que alívio o senhor me contar isso. Pensei que estava ficando louco.

- Quem sabe? Quem sabe o que é loucura?

- Vá saber.

- Deixa eu completar os exames. Tem sentido muitos sintomas de concretismo gástrico ultimamente?

- Só quando eu vejo uma folha de letraset.

- Perfeito. Tem sentindo algum soneto?

- Só de manhã, quando eu vou dormir de estômago vazio.

- Impulsos marginais?

- Depois que fui editado pela Brasiliense, meus sintomas marginais desapareceram. Deviam ser conseqüência do abuso da solidão e do provincialismo paroquial.

- Nada de pornô, espero.

- Um filho-da-puta aqui. Um caralho ali. Porra. Cabaço. Gozar. Só essas coisinhas corriqueiras, que vovó não deixava dizer, mas estão no Aurélio.

- Entendo. Não admira que o senhor tenha tido tantos poemas recentemente. Mas vou receitar uma dieta que vai lhe deixar tão bom quanto qualquer subgerente de vendas.

- Antes disso, será que o senhor não me deixava cantar alguma coisa?

- Cantar? Mas eu não tenho nada aqui para o senhor cantar.

- Pode deixar que eu trouxe umas canções comigo.

- Cuidado. Cantar demais faz mal.

- Não se preocupe, doutor. Eu só vou cantar um pouquinho.

- Está bem. Pode começar.

- Desafinar um pouquinho, não ligue. É assim mesmo:

"Se houver céu depois da terra

e nessa estrela

a eterna primavera

pudera, tomara, que a vida quisera

que a gente se encontrara.

Proutra vida fica,

nosso amor mais louco,

fica tudo muito mais bonito,

fica a dita que faltou pro pouco,

se houver céu...

Se houver céu,

como nessa vida não há,

a gente se achou bichinha

a gente se encontrará,

a gente se encontrará..."


- Letra e música suas?

- Letra e música.

- I see. Deixa-me ver. O senhor tem algum vício?

- Eu amo uma mulher chamada Alice.

- Há muito tempo?

- A vida toda.

- O senhor é o caso mais grave de poesia que eu já vi até agora. Preciso consultar uns colegas.

- O que é que eu faço, doutor?

- Tome duas estrofes e me telefone amanhã cedo, sem falta.

(in Gozo Fabuloso)

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sábado, 1 de outubro de 2011

Resposta para um tal de David, que entrou ali no texto sobre a FCC, dois posts abaixo

Não consigo postar comentários, mas vai aqui a resposta ao David (anônimo a princípio):

1. David: não é livraria, é só biblioteca, realizei já atividades (não remuneradas e com prazer) no local. E tem material sim apodrecenmdo sim, lá no Conservatório.

2. Eu sei, é verdade. Confusão. É que o local onde funciona a FCC também é relativo. Mas beleza. Chuncho brabo dessa moçada da prefeitura e do patrimônio histórico, hein?

3 e 4. Vou repetir, já realizei atividades lá e sei muito bem "como" é essa conversinha. Tudo ali funciona muito na coitadez dos funcionários, que são meus amigos e sempre procurei ajudar.

Quanto ao Portão, aos cinemas, à pedreira, outros espaços que exitiram, alguma respostinha chapa branca de sua parte? Os caras estão entregando tudo e abandonado tudo nos últimos 20 anos. Vai dizer que não?

Agora, eu pergunto: quem é você? Meu nome tá muito bem assinado. Mas já sei que é coxa. Prefiro discutir com meus amigos coxas que assinam o nome. E quem conhece de segunda divisão, sacumé...

Flávio Jacobsen

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

R.I.P. - Redson do Cólera



Adeus, brother. Obrigado por tudo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Minha Nossa

Clique na imagem para ampliar.


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Uma casa muito engraçada





Fotos: Sandra Loest




Domingo, feirinha em tarde de sol e céu azul, depois de pastel, água de coco, um livro do Anthony Burgess comprado em sebo. Eu e a moça bonita demos de não ter o que fazer. Daí lembrei que umas pessoas andaram me escrevendo pedindo livros meus.


Publiquei uns títulos de poesia há algum tempo. Nada demais. Também não tenho um exemplar que seja. Doei boa quantidade de exemplares de um desses livros pra fundação cultural da cidade. Faz mais de dez anos, certeza. Lembrei de onde eles poderiam estar, e pensei em passar lá conferir, pra eu comunicar a essas pessoas que me escreveram. Era um setor que funcionava todos os dias da semana, um espaço dentro do Largo da Ordem, uma livraria/loja que vendia livros e discos produzidos no Paraná, entre outros badulaques. Uma grande maioria desse material era realizada através da Lei de Incentivo à Cultura, em seus mais diversos formatos. Era a livraria Dario Velloso, mantida pela Fundação Cultural de Curitiba, onde se podia comprar boa parte da arte feita aqui. Um espaço que considerei absolutamente sensacional à época. Em tempo: este livro meu que eu procurava, de 1997, foi lançado por uma editora underground, não foi feito por lei de incentivo alguma. Tudo bem.


Debaixo do sol ardente, fui tomado por lembranças muito boas da velha Fundação Cultural, à qual colaborei assiduamente ao longo de muitos anos, muitas vezes muito bem remunerado, outras a troco do próprio gosto da propriedade que tudo aquilo provocava, algo que propriamente nunca se desfez.


A sede administrativa da FCC agora é lá no Rebouças, numa antiga fábrica, um lugar histórico. Li dia desses que venderam o terreno pra Igreja Universal. Desgraça pouca é bobagem. Não era o caso, naquela hora.
Deixando o devaneio, voltando à real, vá lá que a realidade vale alguma coisa, andamos até onde antes funcionava a livraria, um velho casarão na parte baixa do Largo, e nada. Perguntamos a alguns funcionários em outros setores mantidos pela FCC, mais alguns passantes, nada. Ninguém conhecia a Dario Velloso.


Chegamos na velha sede da FCC, onde também funcionou a livraria em determinada época, na praça Garibaldi, mais acima, a vulga praça do “Cavalo Babão”, em torno de 13h30 de uma tarde de domingo, vejam. Um Largo lotado de turistas e gente de toda sorte e destino. Ali, demos com a imagem grotesca das fotos acima. Perguntamos num posto de informação ao turista, em uma entrada lateral à casa, também mantido pela Prefeitura, sobre “que fim levou a livraria?”. Resposta: “não é mais livraria. É um espaço para leitura, com algumas atividades, etc etc, etc.”. Perguntei: “mas, então se eu quiser agora comprar livros e discos feitos por artistas daqui, aonde eu vou?”. O funcionário disse que não sabia.


Tá certo. O cidadão curitibano, médio ou não, que gosta de consumir cultura está sem a Pedreira, sem o Perhappiness, sem quatro dos cinco cinemas públicos de outrora, sem o Cultural do Portão, sem um monte de outras praças de arte bacanas. Agora, sem a pequena e simpática livraria que vendia coisas do Paraná.

Eu gostaria muito de saber o que os responsáveis pela política cultural da cidade fazem com nossos impostos. Porque o que eles têm na cabeça certamente é caso pra outro setor municipal, o que cuida do esgoto. Pois, vá lá que um cinema é caro, uma pedreira é cara, um Perhappiness é muito caro. Mas uma lojinha simpática não custa nada além de dois funcionários, um guardinha e meia dúzia de estagiários para ordenar todo o acervo – depois apenas um daria conta. Pior: tudo isso a que me referi (cinemas, pedreira, etc.) existia. Agora, ou não existe mais ou está fechado. Não é algo que precisaríamos inventar, mas que nos foi tirado. Que conversa é essa? Mais um pouco eles vão remover a feirinha do Largo da Ordem, sob pretexto de que atrapalha o trânsito, ou a missa e coisa e tal. Não duvido.

Olhando a fachada do antigo prédio, pichada, deu na gente aquilo que o povo chama de “ruim”. A nossa antiga “casa de cultura” estava fechada, às 13h30 de um domingo, e a livraria virou “espaço de leitura”. Sei. Acho que isso doeu mais que o fato de a casa estar depredada por pichação.


Depois, indignados, fomos tomar uma cerveja num bar que dá vista pro local, onde encontramos a Sandra Loest, que bateu estas fotos. Um amigo nosso, músico, que estava por ali, ao ouvir nossa conversa a respeito, contou: “puxa vida, lá no Conservatório (de MPB, também da FCC), tá entupido de discos de artistas feitos pela Lei. Tá tudo entulhando lá. Não tem nem onde colocar...”.


Esqueci meus livros e lembrei de uns discos que cometi também. Em Lei de Incentivo, uma quantia é sempre doada à FCC, por lei. A ideia é que seja este material encaminhado a bibliotecas, deixado a disposição da população. Entulhado, pois bem? Muito bonito.

Enfim. Depois esqueci de novo. Vazio sem tamanho. Àquela altura a casa já soava engraçada. Rir pra não chorar. A pichação sobre as placas de mármore onde está escrito “Secretaria Municipal de Cultura” e “Fundação Cultural de Curitiba” já soava uma maquiagem de palhaço torto, ou de puta velha. Velha. Sem história. Apenas velha. Sem respeito. De tão estúpida, muito engraçada. Feito uma Geni a quem a turba atira pedras.


Dei um gole bem forte nessa cerveja vagabunda que a gente bebe aqui no Brasil. Desceu amarga. As palavras que passaram em minha cabeça não são passíveis de publicação. Mas a lembrança mais aproximada que tenho, foi de uma vontade imensa de agir contra a burrice e a incompetência adotando as táticas pouco ortodoxas de uns personagens de outro livro do Anthony Burgess. Aqueles meninos simpáticos da primeira parte de Laranja Mecânica. Lembram?


Pouco depois, descubro que ao fim da rodada deste belo domingo, meu time se encaminha a passos largos para a segunda divisão. Ainda bem que a moça é bonita.



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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Gruvox - Incaractere (2003) - Download grátis

Resolvi disponibilizar este disco, o primeiro.


Bem bacana, gravado por Lucio Lowen.


Para baixar em zip, clique aqui.




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quarta-feira, 27 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amy

Foto sem crédito.

Fonte: Solda

O sol explodiu na manhã deste sábado e o mar do sul da Bahia se transformou em várias cores, assim como o céu, as nuvens, as árvores, as flores, os pássaros, os bichos e até o vento. É assim sempre. Magia que atraiu as caravelas para nascer este país onde os índios foram dizimados e hoje vendem bugigangas para turistas ao pé da cruz monumentalmente ridícula em Santa Cruz de Cabrália, local da primeira missa e o início da esbórnia.

A força estranha do local, porém, permanece. Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Trancoso, Bahia de todos os santos. A brisa soprava quando veio junto a notícia. Ela morreu. Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa. Já tinha ouvido notícia assim, naqueles tempos. Janis Joplin e Jimi Hendrix, pois não? 27 anos, pois não? Talentos sublimes ceifados ainda em botão, só para um arremedo poético. Quando Elis Regina se foi, Elio Gaspari pariu o título de uma capa da Veja que dizia tudo e muito mais: “A tragédia da cocaína”. Foi execrado pelos babacas de plantão. Sim, aquela era uma tragédia da cocaína que matou nossa maior cantora.

Que tragédia anunciada essa da menina Amy. Havia até apostas para ver até quando seu coração e corpo resistiriam ao ataque sem dó nem piedade de todas as drogas. Isso tudo explorado pela máquina de moer carne do marketing tenebroso, sombrio, assim como vai ser daqui pra frente a exploração do cadáver, do martírio em vida de uma menina que sofreu a dor invisível, a dor inexplicável, a dor revertida em ataques de fúria movidos às substâncias fornecidas por aproveitadores de plantão, cafetões do talento alheio, manipuladores de sentimentos, enfim, carniceiros de possíveis presas como ela, certamente um ser sem carinho, que não conhecia nem o que, nós, fãs, sabíamos desde a primeira vez que a ouvimos: a grande voz surgida nos últimos anos. Única, universal, sentimental, acariciante, romântica, rasgante, visceral, ual!

Do alto do morro onde a praia de Mucugê é vista em boa parte da extensão, assim como os recifes que formam piscinas naturais e os barquinhos vão e voltam banhados pela luz do sol, ao saber da notícia lembrei que há mais de 20 anos, neste mesmo local passei três dias num porre só, aditivado por grandes cigarros de maconha, fumados à beira-mar em comunidade da paz e amor. Vexames não foram poucos. Senti o explendor do local, mas não vi quase nada e, depois da retomada do controle, alguns anos depois, me prometi voltar, para verificar o que tinha apenas imaginado.

Era muito mais. E a notícia triste me fez comparar ainda mais do que faço entre a vida de tormento anestesiada e transformada em inferno e a que chamamos de normal, de certa forma até pejorativamente,quando deveria ser o oposto.

Amy Winehouse não soube quanta loucura nos traz a caretice, um copo de água San Pelegrino tomada à beira de um piscina e vendo o mar, suco de manga, moqueca de peixe, feijão com arroz e bife acebolado, água de coco e olhar crianças brincando de bola na frente de uma igreja branca com mais de 200 anos de existência.

Alguém deveria prendê-la numa clínica, na tentativa de que um ano ou mais da abstinência e a ajuda de terapeutas fizessem a ficha dela cair, como se diz entre os pacientes internados. Aconteceu mais ou menos isso com Casagrande, o grande comentarista da Globo. Pode acontecer com qualquer um. O jogo, sim, é pessoal, mas a ajuda conta muito, pois vivemos no universo paralelo e é duro voltar ao que entramos quando nascemos.

A dor, a dor, a dor. A dor da existência, do não saber o porquê disso tudo, o medo, o abandono, a falta de carinho, a depressão… Isso tudo, imagino, levou Amy a explorar sua voz com emoção pura, que a fez ter reconhecimento mundial imediato e também o peso da fama que a encarcerou e esmagou.

Ficará para sempre, sim, talvez até sirva de exemplo para aqueles que dizem que ela fez que bem entendeu e a liberdade é para essas coisas. Teóricos de plantão servem para vomitar coisas do gênero. Não sabem o que é o vício, a dependência, a doença. Esqueçamos a cantora. Não seria muito melhor uma Amy anônima, mas viva? E ela, artista do encantamento, também viva e saudável, para nos enternecer até sabe-se lá quando?

Esta menina cometeu suicídio lento com cobertura da imprensa mundial. Que aguardou o dia de hoje, podem ter certeza. Vai vender jornal, revista, dar audiência nas tvs mundias, render discos póstumos – e ela será reverenciada como nunca. A grande voz, contudo, se calou. As drogas fizeram mais uma vítima. Algumas lágrimas caíram por isso, neste sábado de sol no sul da Bahia.





Zé Beto





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terça-feira, 19 de julho de 2011

Lá vamos nós outra vez



Festa de lançamento do novo videoclipe do Gruvox, dirigido por Renato Larini, em show que conta também com o grunge nervoso do Macedônia e a pista agitada do DJ Ivanovick (Rádio Tirana).


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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Terça no Wonka!



O Wonka Bar apresenta nesta terça feira, 31 de maio, a primeira Grande Festa Vox Urbe, em um grande encontro de mídias que giram em torno da poesia. O Evento conta com recital dos poetas Ricardo Pozzo, Adriano Smanioto, Rubens K e Cesar Felipe Pereira, acompanhados pela banda paulista Komby 66. Durante a festa, serão exibidos trabalhos de videoarte de Guilherme Giublin e a pista será animada pelo tradicional DJ Ivanovick (Festa Tirana e Clube do Vinil). Os shows musicais terão os clássicos do funk instrumental da Komby 66 (formada por ex-integrantes do Jully et Joe) e o rock poético-ruidoso da banda Gruvox. Nas paredes, Ricardo Pozzo expõe seu trabalho fotográfico. O Vox Urbe é um evento de poesia que o Wonka promove todas as terças feiras, desde 2010 e está completando um ano. A cerva é barata e o bar tem área para fumantes. Apareçam!

Serviço:
Grande Festa Vox Urbe !!!
Poesia + Shows + Foto + Vídeo + Pista
31 de maio– Terça – 21 horas – R$5
Wonka Bar
Trajano Reis, 326

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Antigas

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acorde,
é o triste fim
deposite seus pedidos no guichê ao lado
atire seus desejos no cesto de lixo

as utopias,
leve-as pra casa
a opção é sua
se desejar guardamos pra você

espere uma vida inteira
e acorde,
enfim

antes,
por favor,
assine aqui

(1997)

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Revista Piauí

Quem tiver tempo, pode ler este artigo da Piauí # 52. Eu gostei muito. Clique aqui. ...

segunda-feira, 14 de março de 2011

O THC da canção


“Canções são aquilo que eu escuto, quase em exclusão de todo o resto… (...).
E quase sempre tudo o que eu tenho a dizer sobre tais canções é que eu as amo,
e quero cantar junto quando as ouço, e forçar outras pessoas a escutá-las,
e ignorar quando outras pessoas não gostam dessas músicas tanto quanto eu”.
(Nick Hornby)

A vida não tem trilha sonora. A princípio, não mesmo. Convivemos com ruídos produzidos pelo homem ou pela natureza. A partir destes, o homem criou a música. E depois, deu-se a cantar. Desde que me conheço por gente, sou dado a cantar. É certo que quase todo mundo canta. De uns tempos pra cá, dei de perguntar pra mim mesmo: mas por que diabos cantamos? Não custa apenas dizer, via fala? Tem que cantar?

Há uma coisa em comum entre sujeitos tão díspares quanto Bob Dylan, Lou Reed, John Lennon, Chico Buarque, Noel Rosa, Zezé de Camargo e Roberto Carlos: eles produzem canções. São dominados pelo mesmo princípio ativo. Mal comparando, uma espécie de THC, o tetra-hidro-cannabiol da marijuana, ou maconha.

Como na erva supracitada da qual é feito o tal “cigarrinho de artista”, há canções que nos fazem mudar de vida, pegar a estrada. Outras nos encantam, incomodam, positiva ou negativamente. De protesto, de louvação, de amor, as de cotidiano, entre muitas. E há as “palhas” (erva ruim, na gíria maconheira). Mas, o que mesmo as define?

Assistindo ao show de Odair José este fim de semana, ao ar livre, em frente ao Torto Bar, ali no São Francisco, é que me veio à mente tudo isso. Odair domina o código genético da canção.

Analisando os campos harmônicos e melódicos pelos quais traça suas baladas não raro sangrentas, dá pra dizer sem medo de errar que o formato das canções de Odair José é o mais simples existente. No meio do mar de sofisticações e simplicidades para qual o gênero canção tomou seus mais diversos rumos, o que chamamos popular é o mais simples de todos. E entre os populares, o mais simples ainda é o que faz Odair.

Porque ele foi jogado no limbo daquilo que passou a ser chamado de brega, lá pelos idos da década de 1970, é explicável até certo ponto. Muitos já escreveram sobre isso. E, vamos e venhamos, o mercado fonográfico já levou ao limbo muita gente boa, e de ares considerados muito mais sofisticados pela mesma classe que dispensou um Odair José.

Vai aqui um exemplo carregado de erudição e vanguarda: Tom Zé. Mais um José. Mas este quase sumiu mesmo, viraria Zé Ninguém, não fosse o milagre de alguns de seus discos antigos chegarem às mãos de David Byrne, em 1992. Graças a isso, e podemos dizer que somente a isso, hoje o mundo reverencia Tom Zé. Precisou vir um cara do Talking Heads dizer que ele era gênio pra todo mundo perceber.

É certo também, no caso de Odair, que isso não implicou em lá grande coisa para sua carreira. Afinal, ele não foi esquecido, nunca deixou de ter certo reconhecimento. Graças a uma canção de Rita Lee e Paulo Coelho, foi considerado o “terror das empregadas”. Vejam só o preconceito, já que é sabido de muito que o público dele não é predominantemente formado pelas domésticas. Não mesmo.

Apenas ele fez uma música de certo sucesso que falava do assunto, da paixão de um homem por uma serviçal da classe média alta. Assim como fez música para putas e trabalhadores. Quer dizer, no fim das contas o universo que gere as canções “bregas” de Odair José é o mesmo dos cultuados livros de Bukowski.

Enfim, ele sempre teve público. Apenas, e mais uma vez, este tornou à classe média “pensante”. Mas, tenham certeza, não fosse a qualidade de suas canções, não fosse ele um hitmaker de primeira linha, não teria este reconhecimento ora alcançado junto aos universitários novamente. Em verdade, não novamente, mas pela primeira vez e de forma contínua desde os fins dos anos de 1990, quando começou um resgate de sua obra. A princípio, pelo “exótico” e “irônico” (virou algo super engraçadinho fazer papel de brega, em festas universitárias, as festas propositadamente cafonas que até hoje estão aí), mas logo em seguida pelo que tem de qualidade e poder transformador, inegáveis.

Enfim, estou aqui apenas pra dizer que o show foi muito bom. Inesquecível. Ele é realmente um mestre. Vida longa aos fazedores de canções por todo o mundo. Goste dos seus. Encontre-os, pois eles estão por aí. Sempre vai ter um que é o seu número. Emissores deste princípio ativo que nos contamina e inebria, e produz alegria e tristeza. Que às vezes faz dançar, outras dormir. E sempre, mal ou bem, faz pensar. E alivia.

Odair José é o THC da canção.

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sábado, 5 de março de 2011

Saiu uma palavra oficial sobre a Rádio Educativa. Estamos aí

Leiam aqui.

Esperamos que tudo dê certo e desejo sorte ao pessoal envolvido.

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Educativa abandona a música paranaense

Coluna Acordes Locais, na Gazeta. Leiam clicando aqui.

Lamentável, por enquanto.

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Atletiba miserável

Alguém pode me explicar por que nenhum técnico no mundo nos últimos 8 anos escala o Kleberson em sua real posição?

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Entrevista

Amanhã cedinho, entrevista comigo, ao vivo no Jornal da Educativa (97,1 FM). Pela internet: http://www.rtve.pr.gov.br/ (clica em FM). O jornal é das 7h as 9h. O papo vai ao ar às 8h30.

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Garibaldis e Sacis 2011




Fotos: Julio Garrido

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Aeroporto de Moscou em chamas

Esse negócio de atentado é uma coisa horrível. Mesmo. Mesmo. Mas estes países grandes e poderosos passaram a existência toda vilipendiando, escravizando, saqueando, estorquindo, estuprando e aterrorizando os países que covardemente dominaram, sem perdão. Sem nenhum perdão. Sem o mínimo perdão. Será que nunca imaginaram um troco assim, sem perdão também?

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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Super boa

Recomendando, boa literatura.
Ila, cajuína cristalina de Teresina: http://www.brobroo.blogspot.com/

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