sexta-feira, 12 de março de 2010

Hoje o mundo amanheceu mais xarope

Foto: Uol

Tá ficando foda isso tudo. Hoje acordei cedinho com a CBN dando a notícia da morte do Glauco. Não ouvi direito, tava meio com sono ainda. Fui saber logo depois que a causa foi mais uma vez violência. Tiros, assalto. Porra, tá ficando difícil pisar este chão a cada dia que passa. Parece que o cerco tá apertando. Sufocante.

Morre enfim mais um cara que mudou a minha vida. Sempre amei os cartunistas. Acho que são os artistas que mais admiro. Meu irmão é um dos bons. Porra, nunca vou esquecer de quando eu fui morar sozinho a primeira vez quando tinha uns 18 anos e entrei numa república lá atrás do Cemitério Municipal, na vaga deixada pelo Tiago Recchia, também cartunista que estava indo tentar a vida na Folha de São Paulo. Lá em Sampa ele ficou amigo do Glauco e de tantos outros. O Tiago conta de como o Glauco sacaneava ele na redação, enchendo o saco de tudo que é jeito, mas sendo no fundo super gente boa com ele e outros novatos. Nunca vou esquecer da famigerada palestra dos Três Amigos (Glauco, Angeli e Laerte) no teatro da Reitoria, em 1989. Lotadaço o lugar e os caras arrasaram falando pra estudantada toda num ano de eleição importantíssima e eles com aquele cinismo e bom humor. E estes mesmos Los Três Amigos que depois inspiraram o Tiago a parodiá-los, com seus impecáveis Los Três Inimigos. Genial.

Nunca vou esquecer de quando meu irmão voltou de uma mostra no Solar do Barão com um desenho/autógrafo do Glauco, em uma seda, um desenho do Geraldão com uma charola na boca escrito no balãozinho: “uma seda para o Marco. Do amigo, Glauco”.

Nunca vou esquecer de como este cara, junto a tantos outros mudou minha vida para sempre, e deixou ela muito mais divertida. Todos os dias, praticamente, eu que leio jornais desde criança. Lembrando da frase que o Marcelo lembrou lá no blogue dele, “como diria o Adão, o mundo hoje amanheceu mais xarope”.

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