quarta-feira, 15 de julho de 2009

Verdade seja dita

– Me diz uma coisa. Você engole todo meu esperma por que me ama ou é pra não sujar o lençol?

– ...

– É pra não sujar o lençol, né?

– É.

– Puxa...

– Mas eu gosto. E te amo, também...

– Ah, bom... Tá certo.

Folheava o jornal. Notícias sobre a queda de mais um avião. Crise no senado e os problemas com o meio campo do escrete. Ela debruçada com a cabeça em seu colo. Colchão no chão da sala. Ela observa um trecho da novela que passa na tevê. Puxa o jornal da mão dele.

– Que foi? – ele.

– O folheto de ofertas, aqui, só um instante – ela.

– Não amassa o caderno de cultura, faz favor...

Ele vai à cozinha preparar um café. Solúvel, uma colher. Duas de açúcar.

– Vai querer?

– Sem açúcar. Com leite, por favor.

– Gosta de um leitinho, né? – irônico.

– Pára com isso. E vê se não suja nada. Olha aqui a máquina de lavar que eu te falei! Mil e duzentos pilas. Lava e seca.

Ele volta com o café. Senta na beirada do colchão.

– Tem certeza de que é isso que você quer? – ele.

– Claro! – ela.

– Então tá bom. Porra, olha o jornal aqui, todo amassado, que foda. Não sabe ler o jornal, por que pega então?

– Dá pra pagar em dez vezes – ela.

– Imagino. Lava e seca, né? Que coisa.

Ele toma o café e deita. Pega a mão dela, coloca sobre o pau, que cresce na hora.

– Vai, de novo. Vai...

...

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