terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dias insanos e violentos

Quando saí da cidade para os trabalhos em São Paulo e Rio, um amigo foi baleado e morto aqui em Tamandaré, nos arredores de Curitiba. Ele era marido de uma amiga muito querida, dona do bar que eu frequento e do qual faço assessoria de comunicação. Foi terrível, não é preciso dizer. Morto por engano.

Já em São Paulo, o encontro e reencontro com diversos amigos. Seis dias alucinantes de muitos contatos bacanas. Apesar de todo trabalho que a gente tem pela frente, o melhor mesmo fica sempre no negócio de reencontrar amigos. Ainda shows e festas. Maravilha.

Dali, mais quatro dias no Rio, com direito a um fim de semana inteiro, e feijoada em Santa Teresa com a Silvia, e passeios e mais reencontro com amigos queridos, além de uma inusitada manhã/tarde de praia no Leme, em plena segunda-feira, absolutamente sozinho. Genial. Terminei a jornada comprando um livro do Raymond Chandler na Baratos da Ribeiro, um sebo muito legal ali na rua Barata Ribeiro, em Copacabana, daí o nome.

Volta pra casa na terça, show com o Gruvox na sexta, e já no sábado a notícia: meu amigo Mário baleado em São Paulo. Estive com ele quase todos os dias, em encontros rápidos ou noites de bilhar e bebedeira, inclusive no mesmo local onde aconteceu o crime.

Puta que pariu. O Mário não morreu, mas foi foda. Resistiu a um assalto num teatro que fica numa praça que ele e muitos outros revitalizaram sem ajuda da prefeitura, e que devido a ordens da mesma prefeitura foram obrigados a recolher mesas dos bares das calçadas para dentro, e com isso devolveram a praça aos marginais, que por sua vez foram lá assaltar o bar/teatro, fechado com gente dentro (isso é só um resumo da ópera, porque se eu for escrever a respeito dessa palhaçada toda, vão umas duas laudas só para o tema e estes governos filhos da puta). Meu amigo reagiu e levou a pior. Graças a deus ele tá melhorando, ainda com longa recuperação pela frente, mas melhorando.

Aqui, vidinha que segue. Pensando seriamente em comprar um apartamento no Rio, invés de aqui. Qualquer lugar menos aqui. Mas isso de pensar seriamente é a puta que pariu, também.

Não há nada melhor do que ter escolha e poder escolher. Vou ver o que faço, depois das férias. Férias. Palavra favorita dos últimos tempos. Né, Renato?

Dias insanos e violentos, estes.

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5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Sou + vc comprar um apê no Rio, com lugar para me abrigar nas MINHAS férias!

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  3. Longe de mim julgar, mas Curitiba me parece cada vez mais Gotham City. E nada amistosa. Quando fui tentar ver se rolava morar aí, em fevereiro último, tive (e mantenho) a inegável sensação de que a cidade me expulsou.

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  4. Como diria o poeta Marcos Prado, amigos: Curitiba é uma cidade legal pra caramba. Só não é legal comigo...

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