O agente tira as algemas e abre a porta da cela. Escuridão total.
– Na altura de meio metro mais ou menos você acha um interruptor que acende a luz. É só ir apalpando a parede – ele diz.
Alguns minutos apalpando a parede na escuridão são suficientes pra perceber que não há porcaria de interruptor algum. Lá de fora, entrando pela janela minúscula, rastros da lua cheia, alguma claridade. Muito pouca. A escuridão está no espírito da coisa toda. Longa noite.
Sentado no chão. Num repente, o milagre de um cigarro perdido. Gritos à porta, na pequena abertura, para o carcereiro conseguir fogo.
A brasa do cigarro é feroz contra a escuridão. A cada tragada, espasmos de imagens surgem com a claridade provocada. Coisas escritas na parede.
João esteve aqui. Dá-lhe Coxa. I love you. Boqueirão na veia. Aqui o valente se mija. Só Jesus salva.
Antes de amanhecer, o advogado vem à pequena abertura da porta.
Trago boas notícias, não. Avião com teu pai dentro. Sumiu. Poucas chances. Já volto e fique calmo. Toma este maço de Hollywood. Tó o isqueiro, também. Sim, morte é possível. Calma. Até de manhã você tá solto.
Dois anos sem falar com o pai. Desde o escândalo. O velho nas tevês, jornais, revistas. Governador envolvido. Mãe louca. Filho criança. Filha drogada. Filho playboy. Filho bandido.
O bandido acende o primeiro Hollywood. Sim, morte é possível.
Cigarro versus escuro. João esteve aqui. Dá-lhe Coxa. I love you. Boqueirão na veia. Aqui o valente se mija. Só Jesus salva. Mariazinha, volta pra mim.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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Gostei muito daqui também. Obrigada pela visita.
ResponderExcluirBeijos.
FESTA DE POLACO
ResponderExcluir- 25/SET - Bar Casa Verde (Seo Zé), a partir das 12hs (isso mesmo, meio-dia!) até de madruga...
Rua Amintas de Barros esq. General Carneiro
- 26/SET - Café Parangolé (não, não é um executive bar), a partir das 21hs
Rua Benjamin Constant, 400, quase esq. c/ Doutor Faivre
- 27/SET - Tragos Largos, a partir das 12hs
Rua Trajano Reis, em frente à Igreja do Rosário, pertinho do cavalo babão
traga violão, paçoca de rolha, cachaça, poemas, dólares e sorriso na cara....
Polacada sangue bom é aqui. Não tenho ido em bares, mas em um dos dias apareço, com certeza, Nero. Valeu!
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